Diabetes insipidus (DI) é um transtorno raro caracterizado pela diminuição da secreção ou da ação do hormônio antidiurético (ADH), levando à dificuldade na concentração da urina e conseqüente aumento da freqüência de micções e volume de urina. Apesar da similaridade dos nomes é importante que se saiba que o DI não apresenta qualquer relação com o Diabetes Mellitus.
O ADH é o principal hormônio responsável pela regulação da água corpórea. Ele é produzido em uma área do cérebro denominada hipotálamo e armazenado na hipófise posterior, uma pequena glândula na base do cérebro, até sua liberação na corrente sanguínea. Estima-se que, diariamente, o ADH seja responsável pela reabsorção de cerca de 18 litros de água que chegam ao rim, o que leva a formação de 1 a 2 litros de urina. De acordo com o nosso nível de hidratação, apresentamos maior ou menor sensação de sede, aumentando ou diminuindo a produção de ADH. Dessa maneira, o ADH atua protegendo o corpo da intoxicação por ingesta excessiva de água e da desidratação por ingesta deficitária.
O DI é caracterizado como central quando devido a lesões no hipotálamo ou na hipófise, tais como tumores cerebrais, menigoencefalite ou trauma crâneo-encefálico, ocorre liberação insuficiente de ADH na circulação, ou como nefrogênico quando o rim esta doente e não é capaz de concentrar a urina apesar dos níveis normais de ADH no sangue. Outras causas menos comuns incluem a gestação, por degradação aumentada de ADH, e a polidipsia primária, que é um transtorno psiquiátrico aonde o indivíduo ingere água excessivamente o que leva a supressão da secreção do hormônio.
Se o paciente não beber água adequadamente, ele pode apresentar quadro grave de desidratação, sede intensa, além de perda de grandes volumes de urina (poliúria), fadiga, cefaléia, irritabilidade e dores musculares. Se necessário para melhor esclarecer o diagnóstico da doença, o médico pode solicitar amostras de urina e de sangue para checar se os mesmos encontram-se concentrados ou diluídos, e quando necessário, alguns testes laboratoriais que incluem a restrição supervisionada da ingesta de líquidos e imagens do cérebro por meio de exames como a tomografia ou a ressonância são solicitadas.
Inicialmente, o tratamento do DI pode ser feito com o aumento da ingesta de água. Porém, nos casos mais graves, a poliúria e a sede intensa podem interferir na vida social, atividades diurnas e até no sono do paciente, sendo necessária o uso de hormônios, como o DDAVP, que é um derivado sintético do ADH, ou de fármacos como os antiinflamatórios inibidores da COX-2, a clorpropamida, os diuréticos e a carbamazepina. A posologia das medicações deverá ser individualizada e adequada às necessidades de cada paciente.
Procure seu médico endocrinologista para maiores esclarecimentos, principalmente se você possui alguns dos sintomas acima mencionados.
Dr. Francisco Estivallet Finamor
Endocrinologista
CRM 80765
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